Diagnóstico e Dieta

Diagnóstico da Doença Celíaca

Existem alguns exames laboratoriais, como a determinação de anticorpos antigliadina, antiendomísio e antitransglutaminase tecidual que medem a dosagem de anticorpos. Além destes, podem ser realizadas provas de absorção intestinal de açúcar e gordura que avaliam a absorção da D.Xilose e a dosagem de gordura nas fezes. Entretanto, somente após a biópsia do intestino delgado (BID) é que existe a confirmação da doença.

Exames

  • Anticorpos Anti-Transglutaminase IgG, IgM e IgA – A Transglutaminase tecidual (tTG) tem sido identificada com o principal auto-antígeno na doença celíaca. A tTG pertence a diversas famílias de enzimas dependentes de cálcio que catalisam a formação de proteínas. A tTG se encontra amplamente distribuída nos órgãos humanos, estando associada com fibras que revestem a musculatura lisa e as céluas endoteliais. A tTG tem participação no mecanismo da matrix extra-celular e reparação tecidual, sendo que as gliadinas do trigo podem atuar como substrato para a reação da transglutaminase. Em casos de injúria tecidual, como a que ocorre na mucosa intestinal de pacientes com doença celíaca não tratada, os níveis de tTG se elevam. Os anticorpos IgA anti-transglutaminase são marcadores altamente especificos para a doença celíaca e dermatite herpetiforme.
  • Anti-Endomíso (EMA) IgA – Altamente específico (100%, sendo o teste de preferência para o “screening” de Doença Celíaca. O teste ELISA apresenta maior sensibilidade do que o por imunofluorescência.
  • Anticorpos Anti-Gliadina (AGA) IgG e IgA – O teste IgC é sensível, mas pouco específico, enquanto o IgA é específico, mas pouco sensível.Quando usados em conjunto possuem especificidade de 80% e sensibilidade de 95%.
  • Anticorpos Anti-Reticulina – Aproximadamente 60% dos pacientes com doença celíaca possuem positividade para este anticorpo.

* Fonte Richet

Dieta na Doença Celíaca

A dieta isenta de glúten na doença celíaca deve ser seguida rigorosamente. Este seguimento permite recuperação total de todos os sintomas que levaram ao diagnóstico da doença, evitando suas complicações. Até o momento, apesar de todos os avanços da Medicina, ainda não há medicamento ou vacina que cure a doença. Isto é alcançado apenas com a dieta.

As dificuldades para seguir a dieta são inúmeras, já que, na nossa cultura, a farinha de trigo faz parte da maioria de nossos alimentos. A maior dificuldade que encontramos está nos alimentos industrializados. Contêm ou não contêm glúten? Alguns alimentos vêm com a indicação de que contêm “fibras vegetais”. Em casos como estes, o melhor é evitar.

Dar preferência para alimentos naturais é sempre saudável para quem faz ou para quem não faz dieta isenta de glúten. Outro cuidado que devemos ter é com o local em que são preparados certos bolos e biscoitos isentos de glúten. Se for dentro de uma padaria tradicional, com certeza estes alimentos conterão traços de glúten.

Queremos que os pacientes e seus familiares fiquem atentos a estes detalhes, mas de forma tranquila, sabendo sempre que uma boa fruta, uma boa salada de verduras e legumes, uma carne e o nosso famoso arroz com feijão substituem com sucesso qualquer alimento que contenha glúten.

* Dra. Magda Bahia - professora assistente do Depto. de Propedêutica Complementar da Faculdade de Medicina - UFMG e assessora técnica da ACELBRA-MG.

NÃO RETIRE O GLÚTEN DA SUA ALIMENTAÇÃO SEM O DIAGNÓSTICO DA DOENÇA CELÍACA!